Entre os dias 8 e 9 de junho está
prevista uma visita do presidente da Comissão de Seguridade Social e Família
(CSSF), deputado Hiran Gonçalves (PP-RR), do chefe adjunto da Seção Política da
Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Kyle Richardson, e de um grupo de
parlamentares membros da comissão à Roraima. A comitiva vai avaliar os
problemas da migração de mais de 30 mil venezuelanos no estado e propor ajuda
humanitária. A viagem foi acertada em uma reunião na CSSF nesta quarta-feira,
24, e que contou com a presença da assessora da Seção Política da Embaixada,
Ananda Osório.
“Roraima está vivendo uma crise
humanitária sem precedentes por conta da migração de milhares de
venezuelanos”, argumentou Hiran Gonçalves. Isso, segundo ele, têm
sobrecarregado os sistemas de saúde, educação e segurança. Gonçalves ponderou
que todo tipo de ajuda é bem-vinda e não será diferente no caso da que a
Embaixada dos Estados Unidos possa dar. “Caso o governo norte-americano decida
participar, contribuindo com projetos na área de saúde e educação, isso
beneficiará tanto a população roraimense quanto os migrantes venezuelanos,
facilitando o retorno ao seu país”, disse.
De acordo com Kyle Richardson, ele e
alguns membros da Embaixada dos EUA estarão em Boa Vista já a partir de 5 de
junho, dado o interesse de outros setores na situação dos migrantes
venezuelanos em Boa Vista e Pacaraima. “Estamos acompanhando o desenrolar dos
acontecimentos pelo noticiário e pelas Organizações Não-Governamentais que
atuam em Roraima, mas é importante ver a situação in loco”, afirmou.
Segundo Richardson, os membros da Seção
Política da Embaixada americana estão abertos para sugestões que contribuam
para solucionar a crise humanitária dos migrantes venezuelanos. “Queremos
ajudar e, por isso, vamos tomar consciência da situação acompanhados por quem
conhece a realidade do estado e sabe das consequências da chegada dos
migrantes”, salientou.
Indagado por Kyle Richardson sobre os
principais problemas trazidos pela chegada de tantos estrangeiros, ao longo
dos últimos 12 meses, o deputado Hiran Gonçalves apontou o colapso do sistema
de saúde como um dos principais pontos negativos, seguido pelo inchaço do setor
da educação, onde 30% das crianças já são estrangeiras, e aumento do aumento da
violência urbana, com a prostituição das mulheres venezuelanas e a venda de
drogas e armas. No caso da saúde, Gonçalves pontou o aumento de doenças como a
sífilis e a Aids como preocupantes.
O parlamentar explicou aos
interlocutores norte-americanos que com as duas visitas feitas pelo ministro da
Saúde, Ricardo Barros, a Roraima, muita ajuda chegou ao estado, como
medicamentos, kits diagnósticos e até uma ambulância. “O Ministério da Saúde
liberou R$ 3,6 milhões para compra de equipamentos para o Hospital de Boa
Vista”, contou Gonçalves. Outros R$ 10 milhões foram alocados para a construção
de mais um bloco para o Hospital de Clínicas e R$ 2,6 milhões para equipar a
maternidade, que é a única referência em saúde da mulher do estado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário