O Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) anunciou a suspensão imediata de seus
empréstimos à Venezuela por descumprir pagamentos atrasados de US$ 88,3
milhões, o que fecha o acesso a uma fonte de financiamento crucial na região e
reflete a difícil situação econômica do país sul-americano.
"Na segunda-feira, 14 de maio, a
Venezuela chegou ao limite de 180 dias que o Banco Interamericano de
Desenvolvimento contempla para pagamentos em moratória no valor de US$ 88,3
milhões, ficando em condição de mora", indicou a instituição, em comunicado
remitido hoje à Efe.
Como consequência, o BID acrescentou
que, "de acordo com as normas da instituição sobre pagamentos em
moratória, o Banco não pode realizar nenhuma ação de empréstimo com a Venezuela
até que esta salde sua mora".
A dívida total de empréstimos da
Venezuela com a instituição financeira regional é de US$ 2,011 bilhões. Destes,
US$ 212,4 milhões estão em moratória, mas apenas uma porção deles superara o
limite de atraso de 180 dias.
A dívida da Venezuela representa 1,6%
dos ativos totais do BID.
Esta suspensão evidencia as dificuldades
do governo de Nicolás Maduro para cumprir suas obrigações internacionais, em um
momento de crise econômica aguda.
Além do atraso nos pagamentos de Caracas
ao BID, a Venezuela também foi alvo na semana passada de uma crítica formal
feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) devido à falta de divulgação de
informações econômicas detalhadas por parte do governo, uma obrigação para
todos os países-membros da instituição.
No início deste mês, o FMI emitiu uma
"declaração de censura" contra a Venezuela por não fornecer dados
oficiais sobre a evolução econômica do país.
Como consequência, a Venezuela não
poderá ter acesso aos recursos do FMI e, se continuar sem oferecer os dados
requisitados pela organização, poderá perder seu direito de voto e até deixar o
Fundo.
Em sua última assembleia de primavera
(no hemisfério norte), o FMI classificou de "dramática" a situação na
Venezuela, cuja economia sofrerá uma recessão de 15% neste ano e de 6% em 2019.
Além disso, o Fundo prevê que a inflação
na Venezuela fique em torno de 14.000% em 2018, alimentada pela perda de
confiança na moeda nacional, uma situação agravada pelo colapso na produção e
exportação de petróleo.
FONTE: Agência Brasil
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