Tudo sobre o estado de Roraima e o Brasil

Publicidade

Ad


O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, teve que se retirar de um evento em Madrid após ser chamado pelo indigenista Ricardo Rao de “miliciano” e “bandido”. Rao também acusou o número 1 da Funai de ter responsabilidade no assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips, mortos a tiros em junho na Amazônia. A Funai confirmou ao Estadão que Xavier esteve no evento.


“Esse homem é responsável pela morte de Bruno Pereira. Esse homem é responsável pela morte de Phillips. Miliciano, você é um miliciano!”, disse Rao durante o evento. “Bandido. Vá para fora!”, afirmou.

Assim como Bruno Pereira, Ricardo Rao é indigenista e ex-servidor da Funai. Ele foi exonerado por Xavier no dia 24 de novembro de 2020. A época, Rao integrava a Coordenação Regional no Maranhão. Rao foi colega de Bruno durante curso de formação indigenista e vive exilado na Europa, nos últimos anos, por medo de perseguição política.

Após as acusações, Xavier deixou o evento, realizado durante reunião da XVI Assembleia Geral do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e o Caribe (FILAC), nos dias 20 e 21 de julho em Madri, na Espanha. O evento também marcou os 30 anos do FILAC. A entidade promove cooperação internacional e é especializada na promoção e desenvolvimento de direitos dos povos indígenas na América Latina e Caribe.


Bruno e Dom


O jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Araújo Pereira foram assassinados na manhã de 5 de junho, um domingo, enquanto faziam o trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e o município de Atalaia do Norte, no Amazonas. O homem que confessou ter atirado contra os dois é um pescador ligado ao tráfico internacional na região. Outro homem preso é um peruano conhecido como “Colômbia”.

Bruno sofria repetidas ameaças por trabalhar com os indígenas isolados do oeste do Amazonas e em defesa da manutenção de áreas ambientais. Antes de atuar junto à União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), o indigenista trabalhou na Funai como coordenador de povos isolados e foi exonerado do cargo durante a pandemia.

Já o jornalista estrangeiro, colaborador do jornal The Guardian e de outros veículos da imprensa internacional, acompanhava o trabalho para registrar em livro que pretendia escrever sobre a preservação da Amazônia.

O presidente da Funai, Marcelo Xavier, comentou sobre o desaparecimento da dupla afirmando que o indigenista e o jornalista entraram em terra indígena sem autorização da Fundação, e que “erraram ao não comunicar a viagem”.

Fonte: estadão

Nenhum comentário:

Postar um comentário