A Polícia Federal deflagrou, na manhã de
hoje (19/12), a operação Godfather com o objetivo de desarticular um grupo
criminoso que seria responsável por fraudes em licitações e desvios de recursos
públicos da Saúde Pública em Roraima.
A PF cumpre sete mandados de prisão
temporária e 15 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal
de Roraima, após representação da Autoridade Policial e manifestação favorável
do Ministério Público Federal. Mais de 60 Policiais Federais participam da ação
em Roraima.
As investigações levantaram indícios da
formação de um conluio entre os participantes de procedimento licitatório para
fornecimento de alimentos para unidades de saúde estaduais de Roraima,
inclusive do Hospital Geral de Roraima – HGR, no ano de 2017. O objetivo seria
garantir a vitória de uma empresa já investigada no âmbito da operação
Escuridão, deflagrada pela PF em 2018 para apurar desvios de recursos públicos
no sistema penitenciário.
Entretanto, uma empresa que, em princípio,
não faria parte do esquema, logrou-se vencedora do certame e teria sido
cooptada pela organização para a participação da fraude e pagamentos de
propinas. O esquema teria envolvimento de familiares de membros do poder
executivo estadual, à época, e servidores públicos, além de empresários.
As propinas seriam distribuídas para
viabilizar os pagamentos de faturas, permitir a renovação de contratos e
garantir o atesto fraudulento de recebimento de refeições.
As investigações também apontam para a
atuação criminosa da empresa investigada em outros contratos, como um firmado
com a Prefeitura de Boa Vista, por exemplo, para fornecimento de alimentos ao
Hospital da Criança Santo Antônio.
Apenas do governo estadual, a empresa já
teria recebido mais de 14 milhões de reais entre agosto de 2017 e abril de
2019, período cuja documentação bancária e fiscal já constam consolidadas pela
investigação. O contrato continua em andamento.
Os investigados poderão responder, na
medida de sua participação, pelos crimes de associação criminosa, fraude em
licitação, superfaturamento, extorsão, corrupção ativa e passiva e lavagem de
dinheiro.
*O nome da operação faz alusão ao
sobrenome do principal personagem do filme “O Poderoso Chefão”, o qual é
coincidente com o nome da principal empresa investigada.
FONTE: PF
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