Quinze estados e o Distrito Federal
aderiram ao modelo de escolas cívico-militares do governo federal, de acordo
com balanço divulgado hoje (1º) pelo Ministério da Educação (MEC). O prazo para
manifestar interesse em participar do Programa Nacional das Escolas
Cívico-Militares terminou na última sexta-feira (27).
As regiões Centro-Oeste, Sul e Norte
tiveram adesão de todos os estados. No Nordeste, apenas o Ceará aderiu ao
programa e, no Sudeste, Minas Gerais. Segundo o ministro da Educação, Abraham
Weintraub, a adesão “foi muito boa. Estamos animados e vamos começar o
projeto”. Ele lembra que essa é uma das bandeiras presentes no programa de
governo do presidente Jair Bolsonaro. “Agora está sendo implementado”.
O modelo chegará, em 2020, a 54 escolas. O
objetivo é selecionar duas instituições de ensino em cada estado. Entre os dias
4 e 11 de outubro, as prefeituras deverão solicitar participação. Podem
solicitar a participação, inclusive os municípios em estados que não aderiram
ao programa.
“A gente quer colocar as primeiras escolas
onde todo mundo está de acordo. A gente quer que o caso seja um sucesso muito
grande. Então, o ideal é começar pelos estados que querem e pelos municípios
que os prefeitos também querem”, diz Weintraub.
Aderiram ao programa as seguintes unidades
da Federação: Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Ceará,
Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Minas Gerais,
Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Orçamento - O MEC vai liberar R$ 54
milhões para o programa em 2020, sendo R$ 1 milhão por escola. Segundo
Weintraub, o orçamento está garantido. “No ano que vem a situação do orçamento
começa a ficar mais normalizada. A gente pegou o país quebrado. O orçamento do
ano que vem já é o orçamento que a gente fez. Está apertado, está difícil, mas
sem surpresa negativa, sem inconsistências”.
O dinheiro será investido no pagamento de
pessoal em algumas instituições e na melhoria de infraestrutura, compra de
material escolar e reformas, entre outras intervenções.
As escolas em que haverá pagamento de
pessoal são as que fizerem parceria com o MEC e o Ministério da Defesa, que
contratará militares da reserva das Forças Armadas para trabalho nos
estabelecimentos. A duração mínima do serviço é de dois anos, prorrogável por
até dez anos, podendo ser cancelado a qualquer tempo. Os profissionais vão
receber 30% da remuneração que recebiam antes de se aposentar.
Os estados poderão ainda destinar
policiais e bombeiros militares para apoiar a administração das escolas. Nesse
caso, o MEC repassará a verba ao governo, que, em contrapartida, investirá na
infraestrutura das unidades, com materiais escolares e pequenas reformas.
Os militares irão atuar como monitores,
acompanhando os alunos e fazendo contato com as famílias. Exercerão atividades
como supervisão escolar e psicopedagogia, preservando, as atribuições
exclusivas dos docentes. Atuarão também no fortalecimento de valores éticos e
morais e exercerão ainda funções administrativas para aprimorar a
infraestrutura das escolas e a organização escolar.
Escolha das escolas - Para participar da
seleção, os colégios públicos devem ter de 500 a mil alunos do 6º ao 9º ano do
ensino fundamental ou do ensino médio. Terão preferência as escolas com
estudantes em situação de vulnerabilidade social e com Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), indicador que mede a qualidade das
escolas, abaixo da média dos estados. Além disso, a comunidade escolar precisa
aprovar o modelo. O MEC disponibilizou o passo a passo para a realização da
consulta à comunidade. A orientação está disponível na internet.
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