Neste 19 de abril, dia em que os povos indígenas são homenageados, o deputado federal Renato Queiroz (PSD) foi à tribuna do plenário da Câmara dos Deputados para reforçar a necessidade garantir a dignidade desses povos que têm convivido com as consequências do garimpo em suas terras. “Não se pode falar em povos indígenas sem falar no assunto do garimpo, que tanto afeta esses povos. Não há como pensar em um ambiente de regulação de garimpo em terras indígenas em um momento como esse”, defendeu.
Sobre a regulamentação da mineração em terras indígenas, Queiroz disse que não é possível discutir no Congresso Nacional sobre o tema sem o conhecimento da realidade dos fatos. “Hoje há nesta Casa um projeto de lei que quer regulamentar a mineração em terras indígenas e que ignora que em Roraima o garimpo está a pleno vapor degradando as terras, poluindo os rios, destruindo as matas. Deveríamos cuidar e não destruir”, se referindo ao PL 191/2020.
O parlamentar também recordou o relatório feito pelo povo indígena Yanomami, divulgado na última segunda-feira (11) pela Hutukara Associação Yanomami sobre o garimpo ilegal. “Esse documento possui imagens aéreas e de satélite da destruição da natureza, provocada pelo garimpo ilegal. Também denuncia o abuso sexual de mulheres e meninas indígenas por garimpeiros. O que torna o assunto ainda mais preocupante”.
O deputado que não é contra a exploração mineral, mas sim contra a ilegalidade, propõe diálogos. “Eu não sou contra nenhum tipo de diálogo em relação a gente fazer qualquer tipo de exploração sustentável, agora os povos indígenas, a sociedade civil organizada e, principalmente, a ciência precisam ser ouvidos. Não vamos fechar os olhos para o que acontece em Roraima”.
Para ele, é possível que o garimpo aconteça de forma a beneficiar o povo de Roraima, incluindo os indígenas, se o lucro chegasse ao poder público para ser investido na saúde e na educação. “Há que se desenvolver formas de explorá-lo de maneira que não destrua a natureza, que traga de fato benefícios para o povo e não somente para alguns particulares”, finalizou.
Defendo o fim do garimpo ilegal como marco inicial para abrir diálogo com povos indígenas sobre mineração sustentável. Há que se desenvolver formas de explorá-la de maneira que não destrua a natureza, que traga de fato benefícios para o povo e não somente para alguns particulares. Além do que, como tem sido feito, de forma ilegal e violenta, o garimpo tem destruído vidas e a natureza. É preciso discutir formas de dar dignidade e segurança aos povos
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